Quem me conhece (de verdade) sabe de cor e salteado que nunca acompanhei regimes de direita, especialmente os que agem como se o povo que trabalha tivesse o “privilégio de servir”.
Vimos governos simplesmente rasgarem a Consolidação das Leis do Trabalho, uns porque na sua ignorância atribuíam-na ao PT, outros porque sabiam que a destruição viria.
Assim perdemos direitos, enquanto do outro lado crescem os privilégios.
E cada dia mais eu tenho sentido que tudo se transforma em algo igual, no qual toda vez que você precisa não é para você.
Complicado? Vejamos:
Sou usuária do SUS (Sistema Único de Saúde) porque, assim como milhões, estou na faixa de pobreza, apesar de alguns acharem que eu tenho cara de rica.
Sei que não é fácil conseguir atendimentos especializados, mas as coisas que preciso fazem parte da atenção básica: ortopedia, otorrinolaringologia e retirada de uma verruga.
Gente!! Me perdoem, sei que dizer que vai construir novo hospital é importantíssimo, mas fazer sua atenção básica funcionar enquanto você está na administração é mais ainda.
Tenho a sensação de que os governos municipais (todos eles) só fazem o básico para ver se continuam em um segundo mandato fazendo obras faraônicas, seja um hospital, uma ponte estaiada ou qualquer bobagem do tipo.
Vale tudo pra mostrar que fez alguma coisa.
Enquanto isso, pessoas não têm atendimento hospitalar; leitos são fechados na rede pública; e não importa se você tem apenas uma gripe, você será jogado no Cross, sistema do governo estadual, que distribui vagas na rede.
Isso acontece em um governo onde o mandatário atira nas pessoas, só pelo prazer de vê-las sangrar.
Então: eu não sei mesmo se é ingenuidade ou se é só para tirar o corpo fora e não se responsabilizar por nada.
Vejo que pagamos taxas de lixo enormes, mas não temos sequer varrição de ruas.
Aliás, parece que tem uma placa em frente da minha casa dizendo que é uma lixeira, porque todo traste da rua vem parar aqui.
Você chama a GCM para denunciar barulho excessivo de estabelecimentos, mas ninguém nem se mexe para ver o que está acontecendo.
Para quem não sabe, essa região é cheia de pancadões, mas parece que ninguém quer resolver isso.
Já cheguei a ouvir que os moradores incentivam os pancadões ou que o bar que montou o pancadão tem CNPJ.
Ou seja: o cidadão morador perdeu o direito de ter paz dentro da própria casa.
E nem vou falar do atendimento telefônico. De uma educação ímpar.
O guarda manda você ligar para um número de emergência da GCM (156), sendo que esse número não atende celular…
Sério! Parece deboche!
Aí vem alguém e diz que você precisa organizar uma reunião com os moradores do bairro para lutar por um direito que você já tem!
Correção! É deboche mesmo!
Nem quero ver como estão outras áreas da administração.
E, deixemos isso bem claro, vem de 12 anos para cá, sob administração de dois partidos diferentes.
Quando mudei para Diadema, há 18 anos, pensei ter encontrado um pouco mais de tranquilidade.
Me sentia cidadã, que era atendida quando ia à UBS, à prefeitura, ou quando ligava para denunciar alguma coisa.
Hoje eu me sinto uma otária, que paga impostos e taxas muito altos, mas não tem nenhuma das necessidades atendidas.
Estou falando por mim? Sim, estou.
Mas também estou falando por muitas pessoas que não têm voz para reivindicar.
Este desabafo é mais um entre muitos.
Ele vem de alguém que já fez de tudo (tenho uma coleção de protocolos de atendimento para provar) para melhorar a situação da minha comunidade.
Vou terminar pedindo a alguém, se puder ajudar, mesmo com uma sugestão, por favor, faça!
E em seguida, darei um recado a TODOS os políticos da próxima eleição: nem apareçam no Piraporinha. Vocês não são bem-vindos!
2 respostas para “Você já se sentiu um (a) otário (a) hoje?”
Rita, todos os dias me sinto um otário. Eu procuro fazer o certo, pago os meus impostos, luz, água, IPTU, IPVA, mas quando precisamos de algo do governo, fic parecendo que estou querendo um FAVOR. Infelizmente, boa parte da população também não está nem aí para nada. Cada um olhando o próprio umbigo. Não está fácil.
Infelizmente é como me sinto também . Cansada demais