É quase Natal… E aí?


Sim, é o C3PO do lado da minha árvore.

Confesso que ando desanimada com essa coisa natalina por aí afora.

É a época do ano que sinto mais falta da minha família.

Lembro de natais da infância e da adolescência, mas não por causa dos brinquedos.

Por serem das poucas épocas em que realmente parecia que estávamos em paz.

Nasci no início dos anos 1960 e vivi infância e juventude durante a ditadura militar, que não estava só no Brasil, mas na América do Sul.

Foram tempos duros, em que a América Latina estava em uma fervura provocada por pessoas histéricas que viam o tal “perigo vermelho” que nunca chegou.

Isso é o que me causa uma certa “gastura”, porque andoo ouvindo e lendo tanta bobagem que dá até um desespero.

Mas não é só isso…

Natal deveria ser um tempo de esperança.

Então: como ter esperança vendo que tantos ainda estão sem casa, comida, saúde?

O que esperar quando vemos verdadeiros massacres em zonas de guerra ou bem aqui ao lado?

 

Como acreditar quando tantos ainda são mortos por terem “a cor errada” (isso faz sentido?); o sexo errado; o status social errado…

Quando comecei este blog, mais de mil posts atrás, em 2017, já pedia por mais paz.

Mas acho que o meu papai Noel não veio.

Então eu penso que tenho que agradecer.

Pelos amigos e familiares que me apoiam.

Porque tenho um teto, ainda que tosco, sobre a minha cabeça.

Eu não estou tomando uma bala perdida.

Nem sou a mãe que perdeu seu filho para uma violência absurda.

Quando vejo pessoas respondendo aos meus comentários com tanto ódio, penso que poderia ganhar do papai Noel pessoas mais conscientes.

Mas consciência depende de pensar com clareza, e isso precisa de estudo, aprendizado e amor.

O ódio não é bom professor.

Ele (o ódio) é filho do preconceito, da maldade, do racismo, da aporofobia.

Tudo o que eu peço é ter um Natal onde a justiça impere, onde o amor seja a força maior.

Por favor, pensem.

Não estamos em guerra com ninguém. Porque tanto rancor?

Nossos destinos são iguais…

Natal é mais do que presentes.

Vamos parar de tratar as pessoas como se fossem coisas.

Finalmente, vamos deixar o cara, dono da festa, Jesus, mostrar que ele é mais que tudo isso.

Olhem nos olhos dos que mais precisam e por favor, se puder, ajudem.

Parem de julgar os outros de acordo com os seus “padrões”.

Vamos acabar com o ódio e festejar em volta das nossas árvores e presépios o “Príncipe da Paz”.

Eu comecei dando um pequeno passo, com minha pequena árvore, que acabei de decorar.

É simplesinha, mas já vai dar uma elevada no meu ânimo.

 

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2 respostas para “É quase Natal… E aí?”

  1. Sabe Rita, já faz um tempo que eu não acredito mais nas pessoas, ou melhor, na humanidade. Falta humanidade para o ser humano. Não vejo muita saída para esse mundo e como eu não acredito em uma vida após a morte, vou tentar ser mais solidário, mais humano e mais sensato.

  2. Meu amigo, meu irmão. Não importa, você sempre foi uma das melhores pessoas que tive a felicidade de conhecer. Se há alguém poderoso cuidando de nós, eu agradeço porque ele colocou pessoas como você em minha vida. Sem vocês eu nem estaria aqui, respirando.