A igreja de Nossa Senhora da Boa Morte e um centro velho de São Paulo


Capela da Boa Morte

Hoje falarei de mais um dos meus passeios pelo centro velho de São Paulo.

Um passeio que adiei, mas que valeu a pena.

Então, já fazia um tempo que eu queria conhecer a igreja da Boa Morte, perto de outra que já retratei neste blog, a igreja do Carmo (link aqui)

A história da igreja começa com a criação da Irmandade dos Homens Pardos de Nossa Senhora da Boa Morte, em 1728.

Primeiramente, essa Irmandade se reunia na igreja do Pátio do Colégio (hoje Capela Anchieta).

Então, sua principal finalidade era a adoração perpétua do Santíssimo Sacramento.

No final do século XVIII a irmandade mudou-se para a igreja do Convento do Carmo.

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Então, em 1802 o bispo aprovou a construção de uma igreja própria.

No texto, uma ressalva: “a igreja deve ficar em um local digno, livre de umidade e longe de ‘lugares sórdidos e imundos’”.

altar mor Boa Morte

A igreja Nossa Senhora da Boa Morte, em São Paulo, foi construída em 1810, em estilo barroco colonial e é um patrimônio religioso e cultural.

Desde 2009, quando reabriram, após alguns anos em reforma, a igreja da Boa Morte está sob administração pastoral da Aliança de Misericórdia.

No seu interior, a arquitetura e a pintura no teto mostram riquezas artísticas do barroco paulista tardio.

Imagem histórica do Bom Jesus vinda do Páteo do Colégio

Além disso, algumas imagens sacras (como o Bom Jesus da foto) são do período da fundação da cidade de São Paulo.

Então, seguindo a instrução do bispo, construíram a igreja em local alto e da sua torre se via a estrada do Ipiranga.

Dizem que o soar de seus sinos anunciavam as “novidades” e fatos marcantes.

Um desses fatos foi a proclamação da independência, em 1822, às margens do rio Ipiranga.

Essa também era uma das igrejas para os condenados à morte.

Então, aos condenados permitia-se fazer suas últimas preces para Nossa Senhora da Boa Morte.

Em 1871 a torre foi remodelada, e foi a última obra que alterou o aspecto da igreja.

Mais recentemente, foi acrescentada ao orago a invocação de Nossa Senhora da Assunção.

Essa igreja paulistana é a única que permanece aberta 24 horas e com o Santíssimo Sacramento exposto.

Mesmo no momento mais crítico da pandemia, com autorização e seguindo normas para evitar a contaminação pela Covid-19, a igreja manteve as portas abertas para Adoração Eucarística.

Uma curiosidade da irmandade

O historiador Leonardo Arroyo, conta que cada membro da irmandade recebia, em segredo, um papel com mês, dia e horário em que deveria fazer a adoração.

Após a expulsão dos jesuítas do Brasil, esse costume deu problemas com autoridades.

O misterioso ‘papelinho’ foi denunciado por pessoas excessivamente ‘zelosas’ por criar teorias conspiratórias.

Então: esses fofoqueiros se incomodavam com o caráter confidencial dos papeis que marcavam a data para cada membro da irmandade.

Chamados a depor, os integrantes explicaram sobre o que consistia a devoção a Nossa Senhora da Boa Morte.

Enfim: esclareceu-se a função do ‘papelinho’, e ao final as coisas voltaram ao normal.

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