Corpus Christi 2024 e a saudade


Eu ia dizer que faz um ano que celebramos o último Corpus Christi, mas não.

Isso seria no dia 8 de junho.

Mas essas datas têm me feito lembrar muito do falecido padre Beto.

E estou aqui, lembrando de cada passo dado na procissão de Corpus Christi do ano passado.

Aliás, isso tem acontecido muito.

Lembrando sua bondade em consolar cada um dos fiéis que perdeu alguém na pandemia, inclusive eu.

Quando as paróquias não podiam abrir, eu e o senhor conversávamos no adro.

Então veio a reabertura, feita com muito cuidado, gradativamente.

Ainda deixamos as portas abertas, e parece que sua presença está lá.

Daqui a pouco vou à adoração do Santíssimo, e sei que vou chorar.

Temos um novo pároco, sabia?

É claro que sim.

O senhor deve estar acompanhando os passos dele.

Mas ainda assim eu sinto sua falta.

Não consigo me desfazer de ramos bentos do domingo antes da Páscoa.

Da sua alegria na quermesse.

O pão de Santo Antônio abençoado e partilhado.

O senhor era uma partilha verdadeira padre Beto.

Alguém que daria a roupa do corpo para alguém com frio.

Daqui a pouco irei até a igreja rezar por mim, por este Brasil perdido, por este mundo sem paz.

Espero que o senhor esteja comigo nos meus passos de hoje.

E então, de onde estiver, sopre uma palavra de consolo, como fez muitas vezes.

Prometo que vou ouvir.

E prometo que serei uma pessoa melhor.

E caminharemos de novo celebrando o Corpus Christi.

Fotos: Matheus Fernandes
Este post só poderia ser acompanhado de uma arte da capela de Santa Filomena!