É um dia de finados, e, mesmo não querendo, nos lembramos das pessoas que perdemos.
Não há como fugir disso, a menos que você não tenha nenhum sentimento ou seja um psico alguma coisa.
Como passei por uma perda recente, de um amigo, estou mais sensível, especialmente nesse dia 2 de novembro, quando faz um mês.
Às vezes, muitas, eu senti vontade de gritar para as pessoas amadas: NINGUÉM MORRE ENQUANTO EU NÃO MANDAR.
Mas eu não mando nada.
Apenas sinto e lamento.
Perdi mais pessoas do que eu gostaria, o que parece uma bobagem quando olho o mundo e o meu país.
Minha dor é minimizada diante da dor que vejo nas periferias.
E nem vou falar em Palestina ou Ucrânia.
Falarei dos muitos conflitos que nem aparecem mais nos jornais porque é fácil normalizar o que nunca deveria ser normal.
Todos os dias as pessoas que vivem nas periferias, nas favelas sofrem algum tipo de violência.
São lugares onde as palavras “morte natural” são a exceção e não a regra.
E sim, perdi alguns para a violência.
Mas hoje, com a sensibilidade à flor da pele, penso em todos os que eu perdi, parentes próximos e distantes, amigos…
A morte é natural, mas a violência não pode ser…