Chegou o último dia do calendário gregoriano e a hora de fazer uma espécie de balanço do que passou.
Para falar a verdade, foi um ano difícil.
Mais difícil que os anteriores.
Estou envelhecendo e meu humor já não está em alta.
Não vou dizer que as coisas fracassam, mas tenho a sensação de andar para lugar algum.
De nunca chegar a um porto seguro, ou mesmo a algum porto.
E nessa nau dos condenados onde navego, tenho que falar que perdi muito.
Familiares e amigos, que lutaram bravamente contra doenças.
Perdi meu irmão, e nesse momento, em que precisava muito de apoio, percebi que não tinha aquilo que precisava.
Agradeço por todos os que me deram alento.
Que me ajudaram a sair das dificuldades.
Agradeço porque precisei de ajuda e tive.
Mas gostaria que a vida não fosse tão ruim para ninguém, que pudéssemos trabalhar em paz e ganhar nosso sustento com dignidade.
E para os babacas que dizem que “as pessoas querem é sombra e água fresca”, respondo:
“Pare de medir os outros pela sua própria mesquinharia”.
“Não é porque você é um indolente, que aponta os erros no próximo, mas não vê que os erros são seus, que todos são assim”.
Consegui sobreviver a mais um ano.
Mas juro por Deus que não quero outro igual.
Já passou da hora de ter alguma recompensa pelo esforço.
Cansei de ganhar medalha de último colocado.
E por falar em trabalho, este ano eu consegui reatar uma amizade e uma relação de trabalho com alguém que não via há muitos anos.
Adorei! E de quebra, fiz alguns novos amigos. Isso foi bom!
Terminando o balanço, dizem que a terça-feira é o dia da semana do banimento.
Bem, eu nasci na terça e não gostaria que isso fosse um sinal de qualquer coisa.
Afinal é só um dos dias da semana.
Mas, por via das dúvidas, desejo banir a pobreza, as dívidas, doenças, medos, sofrimento, solidão e falta de amor.
Quero banir, não apenas da minha vida, mas do mundo, tudo o que é mau e negativo, do mesmo modo que quero colocar o lixo para fora da minha casa.
E que a quarta-feira nos traga um início abençoado de tudo o que merecemos.