Alguém que admirava morreu…
Hoje, como todos os dias, acordei, fiz minhas funções matinais, meus trabalhos jornalísticos, e, lá por certa hora, uma amiga manda uma mensagem:
“você viu que o Anthony Bourdain se suicidou?”.
Fiquei triste na mesma hora, porque admirava o chef, o apresentador de programas de turismo culinário e o escritor de livros e artigos.
Era uma das pessoas mais inteligentes e interessantes que conheci por assistir ao seu programa televisivo no Travel and Living Channel.
Um humor ácido e nunca fácil, mas também alguém que ia aos lugares e mostrava a realidade local, fugindo ao lugar comum.
Esteve no Brasil algumas vezes e mostrou como “odiou” São Paulo e como “se apaixonou” por São Paulo.
Aqui, visitou alguns bares e restaurantes badalados, mas, na maior parte das vezes, foi a pontos que nem os paulistanos mais renitentes conhecem.
E mostrou a Marginal Tietê congestionada, cheia de vendedores de tudo.
Foi passear com Alex Atalla em uma feira livre…
Enfim, ele fez o que as pessoas fazem no dia a dia.
Há algumas semanas estava falando dele com um amigo, a quem recomendei a leitura de seu primeiro Best Seller, “Cozinha Confidencial”.
No livro, ele conta sua trajetória culinária e de vida, falando sem medo de seus vícios, de como funcionam as grandes cozinhas de restaurantes e muito mais.
Comecei a reler… Não sei se vou conseguir terminar agora…
Me lembrei dele falando em certo programa sobre o problema de colesterol etc.
reclamava das coisas da idade, que, segundo ele, é implacável.
Lembrei-me do amor que tinha pela filha, dos programas que ele fazia só de farra, como os especiais de natal.
Mas lembrei ainda mais dele falando que fazia “a dieta do Keith Richards dos Rolling Stones.
Se sexo, drogas e rock and roll serviam para ele, deveriam servir para qualquer ser humano”.
Hoje, tudo isso se perdeu com a notícia do suicídio.
Me entristeceu muito alguém que não conseguiu suportar mais a esse ponto.
E agora, só quero passar uma receita, porque preciso cozinhar quando estou para baixo.
Mas vou passar uma receita que vi em um programa dele, quando foi à Itália, e mostrou que atum não é peixe para ser comido enlatado.
Confesso que foi a primeira vez que vi atum ser grelhado igual a um bife. Espero que vocês apreciem.
Não encontrei forma melhor de homenagear o Anthony.
Atum grelhado ao molho de laranja
Ingredientes
60 ml de suco de laranja
60 ml de molho de soja
Duas colheres (sopa) de azeite
Uma colher (sopa) de suco de limão
Duas colheres (sopa) de salsa picada
Um dente de alho, picado
1/2 colher (chá) de orégano fresco picado
1/2 colher (chá) de pimenta-do-reino moída
450 g de postas de atum
Modo de preparo
Em um travessa de vidro ou cerâmica, faça um molho misturando:
o suco de laranja, o molho de soja, o azeite de oliva, o suco de limão siciliano, a salsa, o alho, o orégano e a pimenta-do-reino.
Coloque as postas de atum neste molho e vire-as para que os dois lados absorvam o molho. Tampe a travessa e mantenha-a na geladeira por pelo menos 30 minutos.
Pré-aqueça a grelha em temperatura alta e unte com um pouco de azeite.
Grelhe cada lado do atum por 5 a 6 minutos, ou de acordo com o seu gosto.
Enquanto o atum estiver grelhando, regue-o com o molho usado para marinar.
Você pode jogar fora o molho que sobrar, eu preferi levar ao fogo até levantar fervura e colocar na molheira.
Quem quiser, sirva-se.
Arroz branco e salada de folhas são bons acompanhamentos.