Lei, polícia, ordem, para quê?


A ignorância continua

Durante o final do ano, várias postagens nas redes sociais davam parabéns a cidades que proibiram queimas de fogos ruidosos, porque muitos cães ficam assustados (eu conheço cães que não estão nem aí).

Acho muito bom quando leis são criadas visando o bem-estar geral.

Mas, assim como muitas outras leis, fico pensando na utilidade delas, porque são tantas leis descumpridas que já penso estar morando no meio da bandidagem.

No meu percurso de caminhada, vejo placas de leis municipais sobre descarte ilegal de lixo, entulho e bagulho.

Elas estão bem fincadas no chão, seguras por um monte de entulho que alguém jogou no mesmo local da placa.

Talvez para mostrar, em um gesto de rebeldia, que aquela é outra lei que ninguém faz cumprir.

Na minha cidade há diversas leis contra os tais pancadões.
Para quem não sabe o que é, é um monte de retardado que se junta em um local, tocando músicas no último volume, a ponto de nenhum morador ter um mínimo de paz.
Há cerca de dois anos, mais ou menos, saiu uma lei contra o som alto dentro de veículos.
A tal lei dizia algo como: se o som está sendo ouvido fora do veículo está muito alto e em situação ilegal.
Em todas essas situações, nas quais há uma lei a ser cumprida, sempre pergunto a quem chamar.
Porque já chamei polícia estadual e municipal, reclamei nos “órgãos competentes”, mas nenhuma providência foi tomada.

Então para que criar uma lei se ninguém vai fazer com que seja cumprida?

Mas assim como muitas outras coisas, as leis são criadas para coibir situações que nem deveriam acontecer por puro bom senso.
Afinal, quem ensinou que está certo jogar lixo na rua?
Quem disse que você tem o direito de fazer arruaça onde quer que seja?
Porque soltar rojão? Fazer barulho?

Sujar o mundo?

Às vezes me pergunto qual o prazer que algumas pessoas têm (ou parecem ter) em incomodar.
Alguns dizem que isso é por problema de autoestima, mas eu tenho dúvidas.
Quando eu era pequena, como toda criança, eu era barulhenta, mas lembro da minha mãe falando algo como: “quer aparecer? Pendura uma melancia no pescoço”.
Era o jeito dela de dizer que a zoeira era errada e que precisávamos aprender a respeitar a paz e o direito dos outros.
E essas situações que mencionei não vêm de crianças, mas de gente que deveria dar o exemplo para as crianças.

 

Hoje, dia 6 de janeiro de 2018, Dia de Reis, gostaria que muitas pessoas tivessem mães e pais que fizessem com que seus filhos entendessem que os nossos direitos terminam onde começam os direitos alheios.
Esse seria o meu presente.
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