Não dá para salvar nada?


As pessoas que me conhecem sabem que gosto de dar longas caminhadas, ouvindo música.

Gosto de ficar só, sem interferência humana, em locais com árvores.

Mas, por conta da pandemia, essa atividade se limitou um pouco.

Sábado, entretanto, resolvi fazer o percurso costumeiro, por onde gosto de andar.

E mais uma vez fiquei sem ar.

Não por conta da doença, ou do descaso das pessoas que descumprem qualquer regra e que não pensam em mais ninguém.

Os problemas?

As podas destrutivas que a prefeitura de São Bernardo do Campo fez na ilha central da Isaac Aizemberg.

O trecho entre o jardim Independência e o Parque dos Pássaros antes cheio de sombra e frescor está depenado.

Eu realmente gostaria de saber qual o “gênio” que programou aquela barbaridade.

Aliás, nem dá para justificar dizendo que os fios elétricos precisam passar, porque na ilha central não há.

Não se preocupem. Vou mostrar um antes e um depois para vocês.

Conversando com alguns moradores mais antigos, ouvi deles que a justificativa dos funcionários era de que os “galhos poderiam cair sobre as casas”.

Como a ilha central não tem casas próximas, muito menos os telhados, creio que a intervenção se deve à necessidade de nos tirar até mesmo o pouco verde que resta.

Sei que temos problemas maiores, como o desmatamento de florestas tropicais, queimadas, a pandemia matando nossas populações.

Mas cansei do descaso de tantos.

Essas pessoas só pensam em si mesmas, e se odeiam tanto que têm de passar seu ódio até para os arredores.

Desde o início da atual gestão municipal, São Bernardo perdeu grande parte de sua paisagem urbana.

E tudo por conta de intervenções malfeitas e maldosas em diversas áreas da cidade.

Uma enorme área verde na região do Baeta Neves foi retirada para fazer um supermercado.

No Piraporinha, perto da divisa, mais uma área foi desbastada para construir uma loja.

Em Rudge Ramos, por conta de um corredor de ônibus desnecessário, áreas verdes inteiras foram desmatadas.

Agora foi a vez da Isaac Aizemberg, local que por suas árvores nativas e frutíferas, atraem pássaros e amenizam o clima da região.

Aliás, vejam as fotos de antes e depois, e comentem se vocês preferem o agora. Eu não.

E como eu, muitos moradores, que até criaram uma “Fazendinha” estão sem ar, sem sombra, e com raiva.

Então, com todos os problemas que temos, gostaria de ver resolvido ao menos um.

De manter nosso verde, nosso pouco verde.

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