No próximo dia 25 de janeiro a capital paulista faz 468 anos.
Na verdade é a data em que os portugueses fincaram pé na cidade.
Diz a lenda que os jesuítas instalaram aqui um colégio em 1554 para doutrinar os nativos.
Mas, historicamente, eles se instalaram em um lugar que já existia (Piratininga).
Então, com a ajuda do cacique Tibiriçá e de um degredado (João Ramalho), construíram uma cabana de pau-a-pique.
Primeiramente, essa cabana servia simultaneamente de escola, capela, enfermaria, dormitório, refeitório e cozinha.
De cabana em 1554, a igreja ganhou contornos da arquitetura colonial jesuítica durante o século XVII.
Depois sofreu com o abandono após a expulsão dos jesuítas no século XVIII.
Em mais de 400 anos, a Igreja do Colégio passou por grandes transformações.
Depois do desabamento de parte do telhado, em 1896, decidiu-se pela demolição do templo no final do século XIX.
Já no século XX, no 4º Centenário de São Paulo, o Pateo do Collegio voltou para a Companhia de Jesus, a igreja foi reconstruída.
A inauguração foi em 1979, um ano antes da beatificação do padre José de Anchieta, que se tornou o padroeiro.
Então, em 2009 a igreja passou por sua última reforma e em 2014 a igreja tem seu padroeiro canonizado.
Enfim, São José de Anchieta dá nome à capela e tem suas relíquias no museu local.
Em torno do colégio surgiu o povoado que deu origem à cidade de São Paulo.
A 25 de janeiro de 1554, os jesuítas celebraram missa de inauguração do colégio dos jesuítas.
Comemorando o dia de conversão do apóstolo Paulo, o colégio recebeu o nome de “Colégio de São Paulo”.
Construído em taipa de pilão, o colégio foi terminado dois anos depois da fundação.
José de Anchieta catequizava e lecionava Humanidades, como artes, poesia e teatro.
Ele também fazia roupas e alpargatas; construía casas e atendia como boticário (farmacêutico).
Devido ao relacionamento com os indígenas, Anchieta aprendeu as técnicas nativas de cura e medicina.
Para quem não sabe, Anchieta, com ajuda dos curumins, aprendeu e escreveu uma gramática do Tupi, a língua mais falada no Brasil.
Como um bom jesuíta, o aprendizado para honrar a Deus era o mais importante.
Um local, muitos usos
Desde seu princípio, em 1554, como já mencionado, o local da igreja e o colégio tiveram muitos usos.
O primeiro Colégio de São Paulo dos Jesuítas, em pau-a-pique, data de 1554.
A segunda construção, em taipa de pilão, é de 1556, reconstruído entre 1680 e 1694.
De 1759 a 1765, sediou a residência da Arquidiocese.
Depois foi a sede do Palácio dos Governadores e residência oficial dos Capitães-Generais Governadores de São Paulo.
De 1835 a 1879, foi sede também do Legislativo Paulista, antes da demolição de 1896.
Entre 1912 e 1932, serviu de Palácio dos Despachos, tendo sofrido alguns bombardeios na revolução tenentista de 1924.
Depois foi sede da Secretaria da Educação até 1953, quando foi totalmente demolido.
Então: da construção original nada restou.
Apenas resta um fragmento de parede em taipa de pilão de 1585.
Hoje, o complexo histórico-cultural-religioso Pateo do Collegio pertence aos jesuítas.
Mas, mesmo não tendo restos originais, a arquitetura foi resguardada como colonial luso-brasileira e vale a visita.
Finalmente, como curiosidade, os ossos e o manto de Anchieta e estão expostos no espaço dedicado ao santo no Museu Anchieta.