Cá estamos nós de volta ao “dever cívico” de cada dois anos: eleições.
Então, claro, tenho algo a dizer, porque toda vez que as eleições chegam vemos montes de pessoas nas redes (e fora dela), falando tanta bobagem que me dá enjoo.
Primeiramente, você não gosta de nenhum dos candidatos?
É seu direito.
Mas por Deus (!!) escolha o menos pior, depois de analisar as propostas e candidaturas.
Então não deixe de escolher acreditando que se todo mundo votasse nulo, novas eleições seriam convocadas.
O sistema eleitoral conta como voto válido aquele que é dado a candidato inscrito.
Portanto se o candidato X der um voto pra ele mesmo, e todo o resto anular ou votar em branco, o único voto elege o candidato.
Segundo: não espere que o seu candidato faça algo por você.
Então: eles não estão aí para isso. E não! Os políticos não são todos iguais.
Temos muitos sem vergonha, eu sei, mas esses dão fama ruim para muitos que não são.
Alguns estão dispostos a perder mandatos ou ser presos por defender um grupo específico.
Quer ver uma diferença?
Vivemos uma emergência climática no País, com chuvas em locais antes secos e secas em locais úmidos.
A pergunta é: quantos candidatos em sua região assumiram isso como plataforma?
Sei que vai dar para contar nos dedos e não vai usar as duas mãos.
Você pode até debochar de mim, mas sei muito bem quem está nessa luta, porque já estava antes.
O trabalho de vereador, prefeito, deputado, governador, etc. não existe. Isso é cargo.
Enfim: político não nasce em vaso, é criado por pai, mãe, etc.
E em todas as partes, até na política, encontramos pessoas do bem e do mal.
Portanto, quando for votar, veja a vida dessa pessoa “no antes”, pra não se arrepender no “depois”.
Antes de emitir sua “opinião”, tenha dados para debater antes de atacar alguém que você não conhece a história ou a luta.
Dizer que fulano, sicrano ou beltrano disse que esse candidato não é bom, sem dar motivos reais e não imaginários, não é argumento!
Fale o que não lhe agrada no dito cujo. E mostre a prova.
Moradores da divisa
Eu sou uma pessoa que mora em uma divisa de duas grandes cidades.
Morei dos dois lados da divisa e sei que somos ignorados sempre, porque ninguém assume os problemas das divisas.
Enchentes, divisas fluidas etc.
Barulho não tem fronteira, então se um dos lados resolve que a música tem que ser tocada a 200 decibéis, quem está dos dois lados fica incomodado.
Essa aí é uma das minhas lutas.
Então: no tempo eleitoral, vemos carros de som muito gritados, falando montes de bobagens.
A outra é que os políticos de modo geral só lembram das fronteiras em tempos de eleição.
Ou quando querem fazer algo que vai afetar a vida de povos menores.
Veja a questão do pós balsa de São Bernardo do Campo.
70 mil metros de devastação estão em questão, além de indígenas e moradores do local.
Mas insistem em colocar isso em um plano diretor.
Vocês podem pensar, nesse momento, que destruir natureza e vidas é aceitável?
E vamos à questão das desapropriações e outras questões delicadas.
A prefeitura de lugar nenhum é “dona” de terrenos ou prédios para fazer deles aquilo que bem entendem.
Deixa-me contar uma coisa: não podem.
O cidadão contribuinte, a propósito, só é dono dos ativos, porque as coisas todas são feitas com impostos e taxas.
Vou repetir o que já falei incansavelmente: NINGUÉM MORA NA RUA OU NA COMUNIDADE PORQUE QUER.
E nem vou discutir que é a ganância capitalista que joga as pessoas aos lobos.
Já ouvi palavrões o bastante essa semana e lutei muito e trabalhei muito na vida pra normalizar tanta violência.
Temos muitas questões a resolver: habitação, trabalho, educação, saúde, transporte, segurança…
Mas vejo que todos estão ocupados em normalizar uma cadeirada, mesmo que a gente tenha muita vontade de ser a pessoa dando a cadeirada.
Como mulher, tenho uma questão que está na minha mente há tempos: a cada 6 minutos uma mulher é agredida no Brasil.
E esses dados são apenas das mulheres que denunciaram.
Quantas se calam por medo?
No país onde se normaliza agressão contra mulheres, a questão nem é votar em uma mulher, mas não ser mais um dizendo que: ela provocou.
Todos os dias sofremos agressões: pelo sexo, pela cor, pela escolha da vida, por tudo.
Precisamos cobrar projetos mais efetivos de todos.
E quando eu digo isso, eu não quero ouvir coisas como “essa cidade não dá mais, porque todo mundo faz o que quer.”
Pense, antes de dizer isso, se você está com raiva porque está vendo uma coisa errada, Ok!
Ou você está com raiva porque foi impedido de fazer algo errado e está com inveja de quem fez?
Se é a segunda opção, olha no espelho e veja se você não é o tal político sem vergonha!