Por favor, tirem seus traseiros da cadeira!


Primeiramente, as situações que vou relatar, NÃO SÃO HIPOTÉTICAS!

Então, começando a tirar o traseiro da cadeira, façam o favor de colocar suas cabeças para pensar em cada uma delas.

Então pensem se vocês fazem parte do problema, ou da solução. Certo?

Situação 1

Vocês moram em uma cidade que já foi exemplo de segurança pública, mas que nos últimos 12 anos tornou-se o Xerox do rascunho do mapa do inferno.

Você liga para a GCM pelo menos uma vez a cada 15 dias para informar que a oficina, ou a loja de móveis resolveu fazer um pancadão.

Então: quantas vezes a GCM aparece para pelo menos ver o que acontece? ZERO!

Detalhe: até agora ninguém me mostrou a lei que dá a qualquer comércio o direito de colocar som alto no meio da calçada atormentando os moradores e outros trabalhadores da região.

Situação 2

Você mora a uns 800 metros do segundo batalhão da Polícia Militar, mas as únicas vezes que você vê uma viatura são aquelas em que os policiais estão estacionados em frente ao boteco e bebendo em serviço.

E nem vou falar de quando eu fotografei um “comerciante” do bairro passando algo para o carro que deveria fazer patrulha.

Aliás, o local, tem uma placa de venda de veículos, mas funciona como bar, boate e pancadão ocasional.

O barulho que emitem é tão alto que você ouve a longas distâncias.

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Situação 3

Você está no ponto de ônibus esperando o transporte coletivo.

Então, do nada, um veículo para bem na frente do ponto para alguém desembarcar. E logo atrás para um caminhão.

Aí você fala para o fulano sair dali logo, afinal o ônibus está vindo.

E o cara grita pra você ter calma como se ele não estivesse fazendo nada de errado.

Detalhe: atrás do caminhão há um carro do departamento de trânsito da sua cidade que viu tudo e não fez nada.

No meio desse imbróglio, uma senhora teve que ir para o meio da rua, pois o ônibus que ela ia pegar estava passando enquanto os donos do mundo cometiam infração de trânsito.

 

Situação 4

A prefeitura de sua cidade (no meu caso, Diadema), colocou no ar um Aplicativo chamado Colab.

O funcionamento é simples: você fotografa a situação e faz uma queixa no departamento ou secretaria que deveria ser responsável pela questão.

Então… A questão é que o app não faz nada. Quem faz são os funcionários da prefeitura.

Tenho umas 20 queixas registradas no tal app, e de todas elas, apenas uma foi resolvida. Porcamente, mas foi.

Um buraco na calçada do Santander que virou lixeira e que eles colocaram uma lápide em cima.

Mas denunciei locais com barulho constante; ônibus furando sinal fechado e quase atropelando pedestres; buracos em calçadas; lixo jogado fora do dia e horário em local indevido; luz de rua acesa durante o dia; comércio ilegal nas calçadas…

Enfim: denunciei muitos delitos e me senti uma idiota por perder o meu tempo.

Problemas e soluções

 

Como eu disse, são várias situações, e a quarta é sobre uma estratégia de não resolver nenhum problema.

Você questiona sobre um lugar que está causando muita arruaça e que faz de conta que é estacionamento de dia para virar boate à noite.

Resposta via Colab: o estabelecimento tem CNPJ. E eu com isso? Foi esse o problema que eu apontei? NÃO!

Aliás, eu também tenho CNPJ. Isso significa que eu posso cometer delitos sem ser importunada? Legal não é?

Você denuncia uma loja que coloca o som no último volume na rua e que está aberta a noite inteira na Avenida Fagundes de Oliveira em plena quinta-feira.

Resposta: A operação Paz e Sossego esteve no “Pombal” (???) no final de semana para impedir um pancadão, que os “moradores” fizeram.

O que eu tenho a ver com o pancadão do Pombal e o que isso tem a ver com a minha denúncia, eu ainda não entendi.

Mas eu garanto a vocês que os moradores de lugar nenhum estão mais dispostos a aguentar as arruaças.

Conclusão

Um aplicativo deveria solucionar vários problemas, nem que fosse o de não termos que nos locomover até as centrais de atendimento das prefeituras.

Entretanto até mesmo isso se tornou uma dificuldade.

Não adianta dispender dinheiro público para dar respostas que não respondem e nem solucionam o problema.

A questão é que, mais de 12 anos após minha primeira ligação para a GCM, ainda tenho medo dos finais de semana, quando o barulho, já bem grande, aumenta muito.

Moro há 18 anos nesse lugar e só vi meu bairro descer a ladeira.

Sentimo-nos inseguros e abandonados, pelo menos até o ano que vem: eleição municipal.

Aí todos lembram que existimos e votamos.

Ouvimos as promessas vazias de sempre e muitos de nós ainda acreditam, elegendo este ou aquele. Mas a solução não vem.

Como eu disse, ainda me sinto idiota, porque perco meu tempo fazendo uma queixa que nunca será atendida.

Em tempo: o buraco desta foto está na Rua Leonardo de Oliveira, mais ou menos na altura do número 70, entre as ruas do Corredor e Carijós, ao lado do muro lateral do Condomínio Panorama.

De acordo com a resposta do Colab, o problema foi solucionado.

Como vocês podem ver claramente, não foi.

Assim como não foi resolvida a questão da taxa de lixo; do imposto extra para MEI; dos motoqueiros empinando moto na avenida, das filas duplas em frente à escola…