Juro que não queria escrever isto, mas, de novo, preciso chamar a atenção para aquilo que as pessoas não querem ver.
Não, eu não sou a dona da verdade, e não sou a pessoa mais inteligente do mundo.
Mas já passou da hora do brasileiro médio parar e pensar um pouco antes de defender quem não precisa de defesa.
Então: o que aconteceu?
Novamente um vendaval.
E novamente o vendaval deixou a Grande São Paulo à luz de velas.
Há pouco mais de um ano isso aconteceu e vários bairros da grande São Paulo ficaram dias sem energia.
A empresa concessionária, a “Eletropaulo” privatizada e vendida a preço de banana, agora conhecida como Enel, não mostrou um só plano de contingências.
Mesmo que estejamos vivendo eventos climáticos extremos, a primavera brasileira sempre teve chuvas fortes.
Aí vem o tal de árvore caiu, porque não foi cuidada.
E sim, isso é de competência das prefeituras e do Estado.
Então: eu não sei vocês, mas não acham que o “estado” quer cada vez mais tirar o corpo fora de suas responsabilidades?
Senão vejamos se podemos colocar tudo no mesmo embornal.
Não podemos, porque as tragédias vão se acumulando e não vemos, da maioria, atitudes de quem quer ao menos ajudar a resolver.
Moro em Diadema, e sei onde esteve o prefeito desde sexta-feira: correndo atrás de resolver.
Mesmo em campanha, ele parou tudo e até colocou os cabos eleitorais pra ajudar a tirar galhos e outros impedimentos.
O Fundo Social de Solidariedade está arrecadando alimentos, roupas etc. para pessoas afetadas com o “apagão”.
Enquanto isso em São Paulo não se via o prefeito em parte alguma que não fosse as mídias, pra reclamar da Enel.
Sim, a Enel tem muita culpa, mas o senhor prefeito também tem, o governador também tem.
Porque pra gritar e bater martelo pra privatizar todo mundo sabe, mas administrar e salvar o eleitor não.
Hoje pela manhã (14/102024), meio milhão de imóveis ainda não tinha energia.
Não sei prever quantas luminárias públicas da Grande São Paulo estão apagadas.
Aproveito para dizer aos moradores: sim, as luminárias são responsabilidade das prefeituras, mas o fornecimento de energia é da ENEL.
Por isso volto a perguntar, onde estava o prefeito da sua cidade enquanto tudo que você tinha na geladeira se perdia?
Eu sei onde estava o meu.
O meu largou tudo da campanha e foi ajudar, ver o que podia fazer, cobrar constantemente da fornecedora para restabelecer a energia.
Sei também que o cara da oposição estava comendo o pastel regulamentar de toda campanha, pra mostrar que é gente.
Onde estava o prefeito de São Paulo? O governador do estado? Onde? Vendo qual a próxima empresa ele vai privatizar pra tirar tudo que foi construído com o dinheiro do cidadão?
Eu poderia parar por aqui, mas…
Novamente eu vou seguir em frente:
Em uma tragédia antinatural, acontecida em governos anteriores, um certo presidente zombava de doentes e dava caixa de invermectina pras emas dos jardins do palácio.
Um certo DESpresidente zombava de doentes, de gente que perdeu tudo; de gente que perdeu a vida, enquanto ele andava de jet ski.
Não vou enumerar os crimes porque muitos já o fizeram.
O Rio Grande do Sui ainda sofre as consequências de um total desastre.
Eu sei onde o presidente estava e também seu estado maior.
Não vou passar o pano e dizer que o trabalho está perfeito, mas sei que tem muita gente tentando.
Então, quando forem votar em eleição e reeleição, pare de olhar o seu umbigo e veja o que todos passamos por suas escolhas, boas ou más nas urnas.
Pense que muitos de nós lutam, não porque são loucos, mas porque, para nós, não há outra opção.