Aos que me leem: desculpem pela falta de postagens de ontem.

Por conta de consultas de rotina, perdi meu dia e minha paciência.

Então vamos aos fatos e algumas considerações.

Ontem, após quase 10 meses de espera, tinha consulta marcada com o cardiologista no Quarteirão da Saúde.

Então: para quem não é de Diadema, o Quarteirão é um centro de especialidades que atende pelo SUS, e que já foi motivo de orgulho.

Como todas as vezes, me armo de água, algo comestível, livro etc., porque o dito cardiologista nunca atende na hora marcada.

Enfim, eu creio que ele tem uma noção bem dilatada do significado de “respeito com o paciente”.

Explicando melhor: a coisa começa com o dito “doutor”, saindo para almoçar na hora do atendimento aos pacientes.

Então usarei o exemplo do dia em questão, no qual eu tinha uma consulta agendada para 13h40 e só fui atendida após as 17 horas.

Ou da minha consulta anterior, marcada para as 15 horas e aconteceu às 20h50.

Enfim, para quem acha que isso não é nada, pense que é um sistema que atende pessoas pelo Sistema Único de Saúde.

Isso é custeado com o dinheiro dos impostos estratosféricos pagos pela população deste país.

E mais de 80% dos pacientes deste médico são idosos acima dos 70 ou 80 anos.

Precisamos ser mais que pacientes no sistema público de saúde

Para quem ainda não entendeu, no dia em que minha consulta foi perto das 21 horas, tinha outros pacientes na espera do mesmo cidadão.

Uma senhora ao meu lado, com uns 90 anos, foi depois de mim.

Aí pensamos… Talvez ele seja um médico “maravilhoso!”…

Então: NÃO!

Ontem, após mostrar exames que já estavam vencidos há muito, fui embora sem que ele nem medisse minha pressão.

Minha única certeza é: ele faz de conta que atende aos pacientes e nós fazemos de conta que estamos indo ao médico.

Não há tratamento, não há busca por melhora, não há cura!

Porém, o pior de tudo é que, também não há respeito.

Saí dali com a cabeça girando, pensando no sistema perverso, que ao invés de humanizar, joga todos no liquidificador.

Um sistema que trata as pessoas como coisas, objetos de um estudo que nunca termina.

Pessoas que deveriam ter empatia tratando todos como moedor de carne.

Gente que acredita que o paciente quer só encher a paciência.

Bem, somos pacientes que, acima de tudo, perderam a paciência!

O sistema de Saúde também precisa ser curado.

Então: precisamos que os profissionais tenham, acima de tudo, um pouco só de empatia.

Espero que muitos desses tenham aprendido com a pandemia. Só espero.