O preço da carne, Covid e a vontade de morrer


O título deste post parece exagerado? Porque é para ser! Ando tão cansada das discussões vazias e das pessoas vazias que as provocam que realmente quero morrer. Então, invertendo a ordem do título, falemos sobre a vontade de morrer. Essa vontade está me vindo de tudo o que vejo, leio e ouço, muitas vezes de pessoas amigas, que eu tinha até em alta conta, sobre o momento que vivemos, muito difícil.

Me pergunto porque as pessoas colocam foco em todas as porcarias que andam saindo das bocas de pessoas que deveriam ser amordaçadas e impedidas de respirar se possível? Alguns usam isso para fazer piada, porque é a profissão delas. A comédia vive de rir da própria desgraça. Mas quando é que todo mundo se tornou comediante? E me pergunto o que tem de engraçado em milhares de mortos? Milhões de desempregados? Milhões passando fome?

E até quando vamos dar ibope às sandices ditas sem protestar de verdade? O que aconteceu com aqueles que falaram que não era por causa de vinte centavos? Ah tá! Vocês só orquestraram uma volta dos poderosos, porque para vocês isso era mais importante.

Tenho lido muito; ouvido muito; visto muito. Assassinatos por motivo fútil. Não consigo pensar em assassinato que não seja por motivo fútil, a não ser que tenha acontecido em autodefesa ou defesa de pessoa vulnerável. Racismo, preconceitos de todos os tipos. Nascidos apenas da preguiça de pensar sobre o assunto e de ver que o problema não está nos termos ou palavras que se usa, mas no rancor expressado nelas.

Temos sim o direito de escolher do que gostamos ou não, mas não temos direito de escolher o pior quando isso afeta outras pessoas. Precisamos pensar.

Existe uma nova onda de Covid, mesmo que algumas pessoas insistam que não. Tá cansado de usar máscara? Mas pode ter certeza de que o vírus não cansou de matar ainda. Ele, ao contrário de você “ser humaninho” está cumprindo sua própria finalidade de ser um vírus. Portanto, se alguém disser pra você ir pra balada, diga não! Você não vai morrer por isso. Prometo!

Chegando aos finalmentes, vamos falar de coisas que, além dos políticos e de pessoas que escolhem viver como se não houvesse amanhã. Vamos falar dos preços ao consumidor, não daquele produto supercaro do qual você não precisa para nada. E quando eu digo PRECISA, quero bater nesta tecla, porque mais uma vez estamos gastando com coisas das quais não precisamos, enquanto a maioria não tem o essencial.

Senão vejamos: o arroz que eu pagava uns $2,50 o quilo está quase $6; o feijão que custava uns $4 está quase $8; o óleo de cozinha saltou de $3 para $7, e isso só para falar de alguns itens de cesta básica. Cadê as panelas batendo? Ah tá! Enquanto isso não lhe afetar…

Indo ao mercado ontem, fui comprar um pouco de acém para cozinhar com uns legumes. Desisti depois de ver o preço… R$ 32,90 o quilo. Há pouco mais de um ano eu reclamava que o preço (que nesse mesmo mercado era de R$ 14,60) tinha subido para uns 20 reais. Pelo amor de Deus, alguém pode me dizer porque, com tanta gente sem poder gastar com nada além de comida, o preço sobe tanto assim?

Estou me lembrando de protestos feitos por muito menos. Eu até me atreveria a chamar essa geração de mimimi, se esse termo (que NÃO foi inventado pelo Cortella) não tivesse se degenerado.

Está todo mundo tão preocupado com o próprio umbigo que não consegue ver tudo o que está errado e começar a protestar e cobrar? Estão esperando que os despossuídos se levantem? Não vão. Estão talvez tão cansados quanto eu. Na verdade, eu diria que estão muito mais cansados do que eu, porque eles têm que matar dois leões por dia e ainda são humilhados, pisoteados, renegados, como se a riqueza e o desenvolvimento do País não dependessem deles.

Mas, vamos em frente que eu ainda tenho um leão para matar hoje…

Em tempo: o termo “mimimi” foi criado num desenho da MTV Brasil, o Fudêncio, e amplamente usado, para desgosto de seus criadores, por todos aqueles que fazem corpo mole e que só acham que os outros é que são mimizentos.

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3 respostas para “O preço da carne, Covid e a vontade de morrer”

  1. Perdemos muita gente para o covid 19, perdemos muita gente para o surto de imbecilidade, mas ainda temos muita gente querida e lúcida. Nestes que me apego.