O que te dá o direito?


Ponto de descarte Parque Pôr do Sol – Diadema

Comecei a semana na revolta total! Vamos começar por dizer que há uma semana estávamos debaixo da água.

Sou moradora do Grande ABC, e tínhamos (ainda temos), cidade pedindo reconhecimento de estado de calamidade.

Então: fizemos coleta de alimentos, roupas etc. para ajudar os que perderam tudo.

Também temos os eternos reparos, consertos, desentupimentos e sei lá mais o que de córregos e piscinões que já não estavam dando conta antes de chover, sem parar (!), por mais de dez horas.

Porque estou na revolta?

Porque essas coisas acontecem e no dia seguinte voltamos a causar problemas.

Mas vamos aos fatos:

Caminho todos os dias pelo meu bairro, que fica na divisa e, portanto, próximo a córregos.

Já falei inúmeras vezes sobre cortes de árvores e podas que mais parecem amputações.

Também cansei de falar de como isso prejudica a drenagem da água das chuvas, mas esse problema nem é o mais grave.

O mais grave é o entupimento das bocas de lobo e canais de esgotamento porque as pessoas jogam lixo e entulho nas ruas!

E o que fazem os (podres) poderes públicos? Nada!

Se eu acredito que as pessoas são culpadas? Certamente!

Afinal: o que dá a uma pessoa o direito de transformar a rua em lixeira?

Aprenda a fazer sabonete artesanal
Curso fácil para fazer os seus sabonetes artesanais!

QUEM ENSINOU QUE JOGAR LIXO NA RUA É CERTO?

lixo descartado na avenida Piraporinha, ao lado do terminal metropolitano

Mas também culpo as administrações públicas, porque a fiscalização e a punição deveriam ser mais constantes.

Todas as fotos que serão postadas aqui são de pontos de descarte viciados do meu bairro: Piraporinha!

Isso significa que sempre tem lixos e bagulhos por ali.

Então, por favor, alguém me explique porque não há fiscalização efetiva nesses locais?

E por favor, não me venham com a lengalenga de que é difícil manter fiscalização. TUDO É DIFÍCIL.

Mas não dá mais para aguentar o corpo encostado das prefeituras enquanto as pessoas perdem tudo por conta das enchentes.

Assim como eu, conheço muitas pessoas que denunciam os descartes.

Do mesmo modo que denunciamos outros delitos, mas não temos resposta para nada.

Portanto, para as prefeituras eu pergunto:

O QUE LHES DÁ O DIREITO DE ENCOSTAR E FAZER DE CONTA QUE NÃO HÁ UM PROBLEMA?

Na minha região, o Piraporinha, dezenas de comércios perderam mercadorias.

Dezenas de famílias perderam móveis e utensílios, quando não perderam casas e suas vidas.

Não podemos mesmo esperar que o rio se comporte e fique dentro de sua canalização;

Mas podemos diminuir o problema com atitudes responsáveis dos cidadãos e das administrações.

Basta de lixo sólido jogado de qualquer maneira nas vias públicas. Mais fiscalização! Punição para os infratores!

Ponto de descarte na Av. Isaac Aizemberg, Jd. Independência, SBCampo

5 respostas para “O que te dá o direito?”

  1. Olá Rita
    Providencial sua denúncia e preocupação com o meio ambiente.
    Tive o prazer de conhecer Rio Branco Uma cidade muita limpa e bem cuidada até nas periferias. Isso realmente me chamou muito a atenção. Perguntei então qual era o segredo e ele me disse que era o diálogo constante com a população, onde havia um pacto de cordialidade, assim como uma forma de compensação, com a construção de equipamentos públicos voltados à população jovem, parcerias e outros.
    Assim, lá em Rio Branco, capital do Acre, a questão ambiental é uma questão transversal para as de mais políticas públicas e a população, com essas ações e cursos diversos, vai fazendo a sua parte e se sentindo também sujeitos de suas historias.
    Creio esse ser o melhor caminho. A punição por si só não resolve o problema.
    Parabéns por abrir a conversa com um texto tão contundente.
    Abraços

  2. A pergunta no caso foi ao prefeito, que criou entre outras coisas A Cidade do Povo.
    Um bairro com mais de 10 mil unidades do Minha Casa Minha Vida, com todos os equipamentos e parcerias com SEBRAE, universidade e outros.

  3. Não conheço, mas vou buscar saber mais. Precisamos procurar alternativas eficazes para todos nós

  4. Tenho visto muitas iniciativas bacanas, como o moeda verde em Santo André. Mas precisamos avançar mais depressa