Somos todos minoria


É Natal, fim de mais um ano de pandemia…

Confesso que não estou esperando ansiosamente pelo ano novo.

Se o mundo continuar como está, não vejo motivos para esperar pelo melhor.

Não tem novo normal.

Tem nova maldade.

Mas vamos ao artigo e ao motivo que me levou a escrever sobre isso.

Estamos perto do Natal e, nessas épocas, muitas pessoas se armam de boas vontades e caridades.

Aliás, qualidades que lhes faltam o resto do ano.

É como se realmente elas tivessem que mostrar ao papai Noel que foram boas crianças para ganhar presentes.

Mas, como disse uma senhora da igreja de Piraporinha:

“Pobre precisa comer o ano todo e não só no Natal”.

Continuando…

Este ano foi difícil, e ouvi muitas barbaridades saindo das bocas das pessoas.

Algumas pessoas que eu até considerava de bem.

Mas que não conseguem reconhecer seus preconceitos.

Porque não reconhecem que sua indignação é seletiva.

Se recusam a ver que tudo de ruim que acontece é da conta delas sim.

Então, nesse momento só quero me isolar um pouco.

Aliás, quero deixar meus  olhos e ouvidos livres para quando o ódio e o preconceito acabarem.

Voltando ao título, me peguei a pensar sobre a defesa das minorias.

Essas que são atacadas como se a culpa de tudo fosse delas.

E mais uma vez peço com as minhas palavras (são tudo o que me resta):

PONHA-SE NO LUGAR DO OUTRO!

É difícil, eu sei.

Pense como se você fosse pobre, negro, nordestino, chinês, africano, mulher (que numericamente são maiorias), LGBT  ou de uma religião não dominante.

Por favor (!) pense como se sentiria no lugar deles antes de destilar frases feitas que nem suas são para desrespeitar, denegrir, machucar.

Vamos aproveitar que é natal e corrigir esse “defeito” de nascença.

O defeito que nos faz seguir na direção contrária da evolução.

Sejamos seres humanos melhores.

Aproveite e já faça uma resolução de ano novo.

Prometa a si mesmo que, antes de tecer uma comentário sobre alguém você pensará antes…

“Se fosse comigo isso não me atingiria?

Pare de dizer pra moça de roupa curta se ela quer ser violada.

Não diga baixarias e nem faça piadas cheias de conceitos nojentos.

Antes de criticar as cotas para negros, pense!

Essas pessoas foram sequestradas de seu continente de origem e escravizadas.

Escravos não foram “trazidos”. Foram sequestrados!

Depois de “libertadas”, elas foram jogadas à margem e tratadas como lixo.

Pense naqueles que não têm casa, comida, saúde, porque foram expropriadas de seus direitos mais básicos.

A pessoa não vive na rua porque é legal, mas porque não tem onde descansar sua cabeça.

Não temos milhões de desempregados porque somos um bando de vagabundos.

Somos porque alguns de nós não conseguimos trabalho, mesmo com inscrições todos os dias.

E nem falarei das explorações que vejo todos os dias.

Já que muitos têm trabalho, mas não podem nem comprar o que fabricam.

Pense! De um modo ou de outro, somos todos minorias.

Comparados aos insetos, somos nada. Eles estão em maior número!

Nem falarei em vírus, bactérias e fungos.

Se contarmos esses seres, somos nada.

Vamos fazer nossa parte o ano todo!

E tenham um feliz Natal!

Que a natureza nos mande a frente fria que precisamos por favor!

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2 respostas para “Somos todos minoria”

  1. Em um país tão diverso quanto o nosso, ainda ouvimos absurdos de que existe alguma maioria. Negros, brancos, pardos, mulatos…Somos uma mistura de raças. Aqui se encontra japonês, libanês, coreano e italiano, judeus, ateus, espíritas. Somos diversos. Pena que nem todos compreendam…