Antes de mais nada, eu ia começar falando daquilo que eu e minha família chamamos de fricazza.
Mas já vi variações desse nome (ficazza, ficazzela, focaccia), sei lá.
Foi assim que aprendi em casa, com minha saudosa tia (zia) Marina.
Essa não é a “receita dela”, porque como boa cozinheira de muitos anos, ela fazia tudo a olho.
Algumas pessoas da família Palladino têm essa receita.
Mas todos concordam que nenhuma fricazza fica tão boa quanto as que minha tia Marina fazia.
Porém, esse é um prato tão bom e barato, que não tinha como não passar uma receita que eu faço.
E é uma coisa tão tipicamente italiana que vou matar dois coelhos e falar de umas festas de rua.
Brás, Bexiga e Mooca
Vamos começar com a de São Vito Mártir (que é comemorado em junho).
Este ano de 2022 as festividades serão entre 13 e 27 de março na rua Fernandes Silva, 96, no Brás.
Mas, tradicionalmente acontecem na Polignano A. Mare.
Como toda boa festa italiana, tem música, brincadeiras e comida.
A renda vai para as obras assistenciais da comunidade.
Outra festa tradicional, e festa de Nossa Senhora Achiropita, entre agosto e setembro na rua Treze de Maio (Bela Vista).
Essa festa de rua também tem comida e bebida.
A igreja da Achiropita (em tradução livre: Aparecida), tem caráter religioso, com missas o dia todo.
Nos finais de semana as barracas de rua recebem milhares de visitantes para apreciar as delícias da Itália.
A terceira festa típica, São Genaro, entre setembro e outubro, na Mooca, é talvez a mais concorrida.
Barracas de rua, e restaurantes competem pela atenção dos festeiros famintos.
E são milhares mesmo!
Mal dá para circular pelas ruas de tanta gente buscando por cannoli, fricazza, macarrão e pizza.
Então chegamos ao ponto do porque passar uma receita tão caseira.
Antes de mais nada, porque essa receita é segredo de família.
É a nossa versão da Fricazza que está em todas essas festas (com os nomes que mencionei)
Uma coisa que os paulistanos amam degustar nessas barracas de rua.
Mas sei que nem todos são daqui, e mesmo os que são, podem não conhecer.
Enfim, se você não é de São Paulo, a saída é encostar a barriga no fogão e fazer!
Prometo que vai valer a pena!
Mas duvido que fique igual à da minha tia Marina.
Ingredientes:
½ quilo de farinha de trigo
Três colheres (chá) de óleo
Uma colher (chá) de açúcar
Uma colher (sobremesa) rasa de sal
Uma batata média cozida e passada no espremedor
15 g de fermento biológico
½ copo americano de água morna
Manteiga sem sal para untar
Recheio
300 g de tomates picados
100 g de muçarela ralada
Sal, orégano, azeite extra virgem, folhinhas de manjericão frescas e pimenta-do-reino a gosto.
Preparo:
Dissolva o fermento na água morna, adicione o açúcar e depois os demais ingredientes.
Então sove bem a massa e deixar descansar até dobrar de volume.
Unte uma assadeira redonda com manteiga e vá colocando a massa com a mão, deixando dois dedos abaixo da altura da forma.
Pré-asse a massa e reserve.
Tire do forno quase fria e adicione a cobertura de tomates, temperados com o sal, orégano, azeite, manjericão e pimenta-do-reino.
Cubra com muçarela ralada.
Coloque a fricazza novamente para assar em forno médio até derreter o queijo.
Sirva-a ainda quente.